30 março, 2010

Na madrugada de sábado o casal Nardoni foi condenado pela morte da menina Isabella. Todo o caso foi marcado por intensa comoção pública: desde seu assassinato, há 2 anos, até o julgamento. Fiquei me questionando porque o caso provoca tanta comoção, não apenas provocada pela mídia tradicional, mas também em mídias sociais: o assunto não abandonou o trending topic do twitter [das mensagen postadas por brasileiros] e tem mais de mil comunidades no orkut sobre o assunto [a esmagadora maioria querendo a condenação do casal]. Óbvio que há tipos diferentes de comoção, basicamente são dois grupos: aqueles que querem fazer justiça com as próprias mãos, aqueles que odeiam o casal, que foram à porta do fórum e avançaram contra os carros que os levavam; psicólogos dirão que seu ódio vem da inveja porque o casal fez algo que eles não tem coragem de fazer. Porém há aqueles que se comoveram e se chocaram com o crime, que vêem a imagem dos dois na mídia e se perguntam porquê mataram a menina, o que disparou um ato de tanta violência contra uma criança pequena que não pode se defender, afinal, as imagens ao longo do dia naquele fatídico domingo mostra uma família comum no supermercado, como tantas outros que cruzamos nos fins de semana. Então, o que faz este crime tão mais chocante - para a mídia e as pessoas em geral - do que os demais assassinatos? Minha conclusão é a seguinte: a única coisa imutável desde que habitávamos as árvores juntos com nossos primos primatas [desculpas aos criacionistas, mas eu sou darwinista] e que é comum a todos os mamíferos é o fato de que a espécie humana cria seus filhos. Por toda a história, desde antes da invenção da escrita, as famílias, seja em núcleos maiores, junto com avós, tios e primos; seja em núcleos menores, como família unicelular [pai, mãe e filhos], em todas as culturas, sob qualquer regime econômico ou doutrina social, as famílias cuidam de seus rebentos. Ora, se aceitarmos como 'normal' que pais em conluio podem, em algum momento, matar seus filhos então nosso modelo de criação das crianças está errado e devemos alterá-lo. Assim, o repúdio ao ato de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jabotá, que culminou com sua condenação pelo tribunal do júri, passa pela necessidade de manutenção da sociedade como a conhecemos e jamais foi um mero assassinato como tantos outros que acontecem diariamente neste país.

violinha at 12:38 PM | Comments (0)