zippo's ride

O escândalo da caçada a elefantes do rei Juan Carlos de Espanha enquanto seus súditos amargam uma crise econômica acompanhada de altas taxas de desemprego que, inclusive, levou o monarca a um inédito pedido de desculpas nos mostra, pelo menos, duas coisas. A primeira aponta como é anacrônica a ideia de monarquia, o sistema pelo qual governa aquele que herdou por nascimento este direito, em um mundo moderno em que os direitos humanos propugnam que todos somos iguais não há espaço para privilégios de nascença, herança de uma época em que os reis, acreditam todos, eram eleitos por D'us. O segundo ponto é que atitudes assim, como a de Juan Carlos, deixam claro porque há uma diferença tão gritante no crescimento dos países da zona do euro, não só porque produzem riquezas em graus diferentes, mas também, e talvez principalmente, porque os PIIGS (Portugal, Irlanda, Italia, Grécia e Espanha) têm más administrações históricas.

Once upon a time é a série de TV, que já virou mania, cuja história se resume a uma bruxa má que jogou uma maldição em toda a terra dos contos de fadas e suas personagens são condenadas a viver num mundo terrível, cheio de sofrimento, numa busca infrutífera pelo verdadeiro amor. E este mundo terrível é nosso mesmo. Ou seja, as personagens são enviadas todas para o nosso mundo, sem memória de sua vida no conto de fadas. Claro que a ironia é fascinante, é uma crítica ao nosso estilo de vida, porém a série mostra que há sim espaço para contos de fadas em nosso cotidiano, que há lugar para magia: há pessoas generosas com estranhos, pessoas que se importam com outros, pessoas que reencontram a coragem outra perdida. Enfim, que para viver seu próprio conto de fadas basta que você tenha coragem para tanto, que ele acontece onde estamos e não num lugar mágico, ou ainda, que cabe a nós tornar nossa existência uma experiência mágica e não esperar por um milagre ou uma fada madrinha.