Num mundo cada vez mais preocupado com a poluição ambiental, principalmente com as emissões de carbono, os esportes a motor são o resquício de uma época que não existe mais. Alguns vão dizer que é um esporte e que não se pode acabar com um esporte, um valor cultural, em nome do meio ambiente, o mesmo argumento que usam para defender as touradas. Outros dirão que as inovações que surgem nas pistas chegam aos carros de passeio e melhoram a segurança de todos nós, mas é uma falácia, a tecnologia das pistas não chega aos carros dos demais mortais, como a tecnologia que garante nossa segurança, como o airbag, nunca chegou aos bólidos.
Qualquer pessoa que acompanhe a F1 — e eu já acompanhei muito, mesmo após a morte do Senna — sabe que seu período áureo já passou, as montadoras que controlam a categoria hoje em dia não tem tanto dinheiro para torrar como tinha a indústria do cigarro, o último grande mecenas da história. A indústria automobilística tem investido na busca de alternativa para o combustível fóssil, que é um recurso finito; e, para o bio-combústivel, que parecia a grande salvação sem alterar significativamente nosso estilo de vida, mas que hoje, sabe-se, encaresse a produção de alimentos. Assim não tardará a faltar dinheiro para financiar estas corridas que já acontecem cada vez mais em lugares para longíquos na busca por mercados emergentes.