Cantores famosos que morrem deixam saudade, saudade que se mata ouvindo sua voz nas músicas que deixaram gravadas. Só que de um tempo para cá virou moda faturar em cima da saudade que alguém deixa. Primeiro foi Natalie Cole, que gravou 'unforgettable' com seu pai [o já então falecido Nat "King" Cole] e agora a onda chegou por aqui: o Barão Vermelho gravou 'codinome beija-flor' com Cazuza. Para mim estas gravações póstumas são antiéticas e só imagino aonde poderemos chegar com o avanço da tecnologia, hoje são vozes, quem garante que dentro de 15 ou 20 anos [talvez menos] não veremos Clark Gable de volta às telas de cinema? E contracenando com Brad Pitt.
Fiz um tema para meu K750i e também fiz este screensaver abaixo. A lua está pulando um pouco fora da rota, vou tentar corrigir ou culpar a rotação do planeta. ;)
A convocação extraordinária no Congresso - convocação para que deputados e senadores façam em seu período de férias o que não fizeram durante nos meses que deveriam estar trabalhando - gera pagamento de salários para eles, um novo salário, somado aos valores das férias. Alguns parlamentares, movidos com certeza mais pelo medo das urnas do que pela vergonha na cara, recusaram o pagamento e devolveram os valores, outros alegam que vão doar o salário extra para seu partido ou para alguma entidade beneficiente - e claro que há deputados que dizem que doaram para a instituição X e a instituição X já berrou dizendo que não recebeu nada. Diga agora se há algo mais a cara do político brasileiro do que isto? - recusar o dinheiro e não receber ou devolver ao governo é a atitude ética e correta, não importa movida por quais motivos, se a própria moral ou medo da opinião pública que em última instância lhe garante emprego a cada 4 anos; agora doar o dinheiro, não importa para quem, é fazer cortesia com o chapéu alheio. Se recebeu, recebeu e pronto. Deveria ter recusado. Não importa o que fez com este: se doou para uma causa nobre ou se foi jogar tudo no bingo da esquina, o que conta foi que aceitou o pagamento extra.
Está mais do que na hora de se rever estes pagamentos extras a congressistas, como também estas férias de 60 dias. Acaso os parlamentares estão na escola para ter duas férias de 30 dias no ano?
O site do Jornal da Globo mantém uma lista dos deputados que recusaram e/ou devolveram os valores. Confira aqui sob o título lista da recusa.
Há duas metáforas do amor que me são caras: a primeira é aquela que diz que o amor é como uma planta, uma flor rara, e precisa ser regado e bem tratado todos os dias para não morrer. A outra é aquela que compara o amor há um pássaro pequeno e frágil em nossas mãos e ensina que não se pode apertar muito, para que ele não morra sufocado, como o pássaro certamente morreria, mas também não pode deixar muito solto, ou o pássaro escapa para não voltar mais.
Se após a passagem do furacão Katrina por New Orleans o governo dos EUA foi extremamente criticado pela demora em enviar auxílio às vítimas e estas críticas embasadas em acusações de discriminação contra pobres e negros, o plano de reconstrução da cidade segue a mesma trilha. A proposta de reconstrução prevê que áreas muito devastadas ou em que poucos moradores se comprometem a voltar a habitá-las não serão refeitas dando lugar a parques e que a população que quer retornar, algo em torno de 50%, seriam concentrados em outras áreas. Porém, se alguém quer voltar para 'casa', quer voltar para 'sua casa', não para outro lugar ainda que na mesma cidade. Quem quer voltar a morar em New Orleans depois da devastação do Katrina quer ir viver onde tem suas memórias, no lugar em que tem laços emocionais, não em outro lugar.
Eu ando pouco na rua, digo, ando pouco a pé na rua, eu passo de carro nas ruas é óbvio, mas andar, dei-me conta, ando cada vez menos. Anos atrás eu morava em um bairro central e andava pelas ruas para ir a padaria, aos correios, na papelaria, agora é tudo de carro, já que moro em um bairro estritamente residencial: vou de carro comprar pão, vou aos correios no shopping onde fica minha academia. Tudo sempre de carro. Até bateria a saudade daquele tempo, a falta destas coisas no meu cotidiano, mas eu sei bem como os índices de criminalidade aumentaram, então só me resta concordar com Martinho da Vila: "tempo bom não volta mais, saudade todo tempo traz."
Depois de dias seguidos de chuva contínua e temperaturas amenas aqui em São Paulo, está fazendo um calorão. E eu fico dividida entre a saudade do inverno e a vontade de instalar um spa no fora, no meio do jardim.
Uma pausa para as bobeiras, porque elas também fazem parte desta vida. ;)
Diadema, cidade da grande São Paulo tinha um dos índices mais altos de homicídio da região até implantar a lei seca a partir de uma certa hora, imediatamente o número de homicídios caiu e a cidade perdeu seu lugar nos jornais da linha 'espreme que sai sangue'. Cidades do grande Recife seguem a mesma linha, implantam lei seca e também vem a diminuição do número de crimes de morte. Assim não é preciso ser um sociólogo pesquisador com passagem pelos 5 continentes para saber que o álcool está diretamente ligado ao número de homicídios em bairros e cidades dormitórios pobres onde ele é uma espécie de lazer. Pois então, eu pergunto, por que não há uma cruzada para sumir com os comerciais de bebida da TV, dos outdoors, das revistas como houve com o cigarro? Eu odeio cigarro, odeio ainda mais o cheiro - acho todo fumante um idiota, ainda mais quando o idiota brada seu direito de fumar como quem gritava por igualdade, liberdade e fraternidade durante a revolução francesa e o suprasumo da idiotia humana, quando com o tubinho de câncer pendurado entre os lábios, a anta se diz natureba e não come carne vermelha e/ou só produtos orgânicos - mas com exceção de alguns namoros e casamentos já abalados não vi cigarro terminar com famílias inteiras, não sei de violência doméstica ou acidente de carro por causa do excesso de fumo. Ou seja, está na hora de banir toda e qualquer referência a bebidas alcóolicas dos meios de comunicação, pois a questão é de saúde e segurança pública.
Este fim de semana eu tirei para assistir alguns filmes em DVD que, por uma razão ou outra, eu deixei escapar no cinema, então vamos às minhas impressões:
em busca da terra do nunca - já comentei sobre o crocodilo Tic Tac como metáfora do tempo que passa no post anterior, no filme fica nítido esta relação que J.M. Barrie tem com o tempo e/ou sua passagem. Para mim o destaque do filme, em época de amores tão explícitos e por vezes pornográficos, é o amor platônico entre os dois personagens principais;
a ilha - não vou dizer que o filme é uma crítica, mas é um grito de alerta sobre a clonagem humana, o filme não fica debatendo a clonagem e nem precisa, a coisa de seres humanos criados unicamente para fornecer partes de seu corpo para seus doares é explícita o tempo todo, na verdade o filme é um thriller de aventura, com perseguições e explosões de carro, mas tem esta coisa do casal principal de clones querendo viver sua vida. A mim, principalmente no começo, lembrou muito 'fuga do século XXV';
a fantástica fábrica de chocolate - eu adoro o Tim Burton, mas sinceramente? Este filme é extremamente moralista quando comparado a sua primeira versão. Naquela Charlie e seu avô cometem um pequeno deslize e mesmo assim ganham a fábrica de Willy Wonka, neste aqui Charlie* é o menino mais certinho do planeta, um CDF de primeira, no cinema ficou lindo, na vida real ele seria um pentelho de marca maior. Este moralismo pós 11 de setembro não poupa mais ninguém;
Sin City - não é a adaptação da HQ de Frank Miller, é o próprio HQ filmado. Depois que o filme terminou a sensação que eu tive foi de que eu tinha lido uma história em quadrinhos. Ou seja, só para fãs do gênero.
* Freddie Highmore, o ator mirim que faz Charlie, na fantástica fábrica de chocolate, faz Peter em em busca da terra do nunca. O menino é uma graça, se não crescesse eu ia querer para mim.
Ontem assistindo em busca da terra do nunca, que é a história de como J. M. Barrie escreveu Peter Pan é que eu descobri que o crocodilo Tic Tac que persegue o Capitão Gancho é uma metáfora do tempo. É do tempo, mais exatamente de sua passagem marcada pelo tic tac do relógio, que o Capitão Gancho que fugir, não do crocodilo em si.
Como eu nunca havia me tocado disto? O.O