Procurando Nemo é uma das mais belas animações já feitas para o cinema, contudo, por ser um desenho interpretado por peixes fica subliminar a história contada que é pesadíssima. Assustado com a afirmação de que a história contada é pesada? Preste atenção aos detalhes: você tem um pai viúvo que jamais superou o luto, criando de forma superprotetora um filho deficiente. Este mesmo filho se perde no oceano e o pai sai desesperadamente à sua procura. Uma clara metáfora de que as pessoas que amamos são livres para ir e que filhos cria-se para o mundo e não para si e nesta aventura de voltar a viver o pai de Nemo termina com uma companheira com problemas de memória. Não é uma história para lá de pesada?
A frase toda diz assim: "As doctors, as friends, as human beings, we all try to do the best we can. But the world is full of unexpected twists and turns. Just when you’ve gotten the lay of the land, the ground underneath you shifts. It knocks you off your feet. If youre lucky, you end up with nothing more than a flesh wound, something a band-aid will cover. But some wounds are deeper than they first appear, and require more than just a quick fix. With some wounds, you have to rip of the band-aid, let them breathe and give them time to heal."
Conselho de uma amiga [não, eu não disse isto]: With some wounds you have to rip off the band aid, let it breath and give it time to heal.
É filosofia de série de TV, mas 'tá valendo.
Crypto message number 15:
Meu sangue é trilha
dos mouros, dos lusitanos
dunas, pedras, oceanos
rastreiam meu caminhar
e sendo eu
que a Netuno dei meu leme
com a voz que nunca treme
passei a me perguntar:
"O que será
que além daquelas águas
agitadas, turvas, calmas
eu irei lá encontrar?"
Ai, mundo velho
Novo mundo hei de achar!
[abertura, Novo Mundo]
Para mim o copo está sempre meio cheio. É o meu jeito de encarar a vida, eu sou naturalmente assim. Um exemplo do que aconteceu hoje: fui para meu curso de italiano na USP e quando cheguei só haviam vagas livres longe do prédio, quando eu parei, parei sob uma árvore, e a primeira coisa que me veio à cabeça foi: "que legal parei em uma sombra!" E eu sou mesmo assim, não me forço a pensar assim. Já ganho o dia se eu pegar aberto um semáforo que sempre pego fechado, se achar um caixa livre no supermercado, se quando o relógio despertar estiver tocando uma música que eu gosto. E não acho que isto seja fazer o 'jogo do contente' que aparece nos livros de Pollyanna. Aliás precisa fazer o jogo do contente quem nunca se sente feliz com estas pequenas felicidades da vida, aí justifica que está feliz tentando ser o lado positivo das coisas. Ou seja, o jogo do contente é para chatos pessimistas e mau humorados que não vêem a felicidade nos pequenos acontecimentos do cotidiano, ficam aguardando grandes momentos de alegria, que são raros e esparsos em nossa vida.
Apesar de eu gostar muito de futebol, esta última Copa do Mundo passou meio em branco para mim, mesmo antes da seleção brasileira ser eliminada, diga-se. E faltando pouco mais de um mês para a eleição, eu não consigo me animar, parece tudo a mesma coisa, parece o reply de algo que já aconteceu antes.
Só espero que esta perda de interesse por algumas coisas não contamine o resto da minha vida.
Morrer de desastre de avião sem nunca ter voado em um parece uma grande piada sem graça do destino, não é não?
No filme 2046 um escritor escreve um conto sobre o ano 2046 - dããã - ano em que tudo pode ser reencontrado. Mas que 2046 o quê! Para que esperar 40 anos! Tudo o que já aconteceu na minha vida, ou mais precisamente todas as pessoas que já passaram [amorosamente] por ela, podem ser reencontradas em 2006!
Dá para acelerar a fita e terminar o ano para ver se 2007 me reserva surpresas melhores?
Message not all that crypto: se mais algum fantasma do passado quiser aparecer para me assombrar aproveite esta última semana que agosto que está acabando!