Por várias horas familiares e amigos dos passageiros do vôo 1907 da Gol que colidiu no ar com um Legacy ficaram divididos entre a quase certeza do pior e a pouca esperança de que enquanto não havia notícias oficiais do acidente falta, havia a possibilidade de sobrevivência. O pior é sempre não saber, é querer ter esperanças e saber que são vãs porque os fatos demonstram que o pior aconteceu.
Impressionante como somos despreparados para lidar com a morte, que é parte intrínseca da vida.
Em todos os acidentes aéreos sempre há histórias daqueles que não conseguiram embarcar ou daqueles que não deveriam estar naquele avião e terminaram tomando o vôo. Destino ou acaso?
Mais uma vez com licença poética de Caymmi: eu tenho em mim dois corações, um que é de amar, um das paixões.
A tão esperada e libertadora portabilidade numérica - que é o direito do assinante de celular levar seu número para outra operadora - irá entrar em vigor em meados de 2008, porém as operadoras já pedem um prazo maior para a entrada em vigor da medida. Alguém tem dúvidas que as operadoras do país terminarão fazendo um cartel em que levar o número de uma para a outra será um trabalho hérculeo que sequer valerá a pena?
Em tempos: nos países em que a portabilidade foi adotada, poucas pessoas migram seus números de operadora. Por lá também não é fácil manter o número para mudar para um serviço menos pior.
Eu creio piamente que somos uma das últimas gerações a ver o livro como ele é hoje em papel e brochura, nos próximos anos veremos cada vez mais o avanço dos e-books para leitura em celulares, pdas e leitores de e-books. A sony acaba de lançar um leitor de e-books com a tecnologia e-ink, basicamente a tela tem aparência de papel o que derrubaria as últimas resistências daqueles que não gostam de ler em telas brilhantes. As razões para o fim dos livros são muitas: o custo alto do papel, tanto econômico como ambiental; a pressão mercadológica de editoras e livrarias, pois se veriam livre dos encalhes das edições [ao invés de vender os livros nas bancas por 10 reais, bastaria apagar os arquivos]; a simpatia do consumidor por livros muito mais baratos com a eliminação do problema de onde guardá-los depois.
É claro que sempre haverão livros impressos, mas em pequenas quantidades, com edições luxuosas e caríssimas, apenas para aqueles dispostos a pagar pelo prazer de ler um livro virando suas folhas e marcando suas paradas com marcadores de página.
Eleições este fim de semana e a torcida para que haja um segundo turno e, principalmente, mais tempo para se discutir compras milionárias de dossiês.
Junichiro Koizumi não é mais primeiro ministro do Japão. Agora as notícias vindas da terra do sol nascente terão menos graça já que não veremos mais o sósia nipônico do Richard Gere nelas.
Este fim de semana eu assisti click, filme que eu já havia evitado mais de uma vez, mas depois que me disseram que o filme não era tão sessão-da-tarde assim, eu arrisquei. Claro que é uma comédia com algumas cenas bem bobas, é um filme para toda a família, mas há momentos pesados ali. Quando eu li que ele havia chorado vendo o filme, eu não vou dizer que ri, mas sorri, pois é, só que eu também chorei vendo o filme. No meio das piadas infantis há uma metáfora sobre o desperdício do tempo com as coisas que não tem verdadeiro valor, mas que damos valor porque elas nos trazem conforto material e só na hora que perdemos o que realmente importa é que percebemos com que tolice conduzimos nossas vidas muitas vezes.
Mais tarde, pensando ainda sobre o filme, como ele pega de surpresa quem acha que vai assistir uma comediazinha boba [que ele também é], lembrei dos filmes que vi com Adam Sendler e me vieram à mente dois deles: 50 first dates e spanglish e cheguei à conclusão de que talvez ele tenha feito comédias idiotas, mas as que eu assisti pareciam comédias idiotas que continham pequenas lições de vida escondidas em seus enredos.
Ainda não vi o maior amor do mundo, mas estou com vontade de ver porque Contardo Calligaris descreveu o filme assim:
A beleza da história contada por Cacá Diegues é que Antônio não procura o amor que não teve como uma consolação no fim de sua vida. Ele procura porque, quem sabe, ainda dê tempo para aprender a amar (uma mulher ou o filho que, até então, era impossível que ele tivesse). O maior amor do mundo é provavelmente o amor materno; não porque uma mãe amaria mais do que um pai, um companheiro ou uma companheira, mas porque o amor da mãe é o amor que melhor pode nos ensinar a amar.
O filme é uma parábola, livre e alegre, sobre essa verdade. Em prêmio, uma sugestão: talvez a vida encontre seu sentido como um aprendizado do amor -aprendizado que pode ser longo ou repentino, da última hora.
Dá ou não vontade de ir ver?