Uma das características mais marcantes da internet é a efemeridades das coisas: e-mails que dão erro e informam que o destinatário não existe quando outrora era para aquele mesmo endereço que você escrevia, páginas que desaparecem e fazem você se arrepender de não ter salvo o conteúdo e tecnologias que vão ficando obsoletas diante de outras novas: news, mailing list, IRC, finger, para citar as que usei e já não uso mais. Aqui, no mundo virtual, a velocidade das mudanças, que já asssombra no mundo real, é muito maior. E ainda mais marcante porque as coisas de fato desaparecem sem deixar qualquer rastro.
Nem tudo está perdido porém. Quer ver como eram sites anos atrás? Use a wayback machine.
Hoje eu fui na 27.º Bienal de São Paulo e as fotos estão aqui. Esta bienal tem como tema "como viver juntos". As obras, como é de se esperar, são desiguais: há as que chocam, as que não dizem nada, as que enternecem, as que fazem pensar. Há paredes demais e cansa um pouco andar em torno delas, mas como o tema é cidades - afinal vivemos juntos em cidades, não? - faz sentido que haja paredes. As paredes ali na bienal fazem o mesmo papel que elas fazem no espaço urbano, impedem que andemos em linha reta e impede que vejamos o que há por trás delas.
Muitas obras fotográficas perderam o impacto por conta do excesso de vídeos que há por lá. Digo muitas e não todas porque há fotos impactantes que ficam na memória queimando pelo que retrataram.
Não gosta de arte moderna assim? Arrisque uma visita, nem que seja para sair falando mal, afinal a entrada é grátis.
IO's a saga de um processador é uma das animações mais fofas que eu vi sobre funcionamento de computadores na internet. Dá para ver aqui no site oficial, mas também está cheio de cópias no YouTube, cuja vantagem é ver maior, ainda que em pior resolução.
Ontem foi a última corrida de Michael Schumacher antes de sua aposentadoria, o maior recordista da fórmula 1. Ele parou ontem, mas sua sorte parou duas corridas antes: no Japão seu motor estourou, voltou a estourar sábado em Interlagos e ontem, durante a corrida, ele rasgou um pneu em uma ultrapassagem. Má sorte assim jamais acompanhou tanto o heptacampeão.
Os recordes de Schumacher demorarão para serem batidos, mas não serão invencíveis como não foi o pentacampeonato de Fangio. Talvez demore, talvez aconteça apenas em uma época em que os carros de hoje pareçam tão obsoletos como nos parecem os bólidos de antigamente. Ou talvez eles comecem a ser batidos já na próxima década. A história do esporte dirá.