Impressiona como os poderes da nação andam apartados da opinião pública: absolvição em sessão secreta do Senado [aliás só faltou o local da sessão ser secreto assim como seu resultado, não?!], é promotor rejeitado pela população de sua comarca sendo vitaliciado, é juíza que quis trabalhar no meio da rua e juíza que foi grampeada falando com traficantes sendo promovida. Maria Antonieta e Luiz XV, na França pré-revolução francesa, também vivam num mundo à parte da população. A história conta bem o que lhes aconteceu.
violinha at Há exatos seis anos, também em uma terça-feira, as torres gêmeas do World Trade Center eram acatadas por aviões sequestrados. Confesso que aquele foi um dia que eu senti medo, não depois, não tenho medo de terroristas, nem de baratas, nem de hecatombes nucleares ou biológicas, porém senti medo naquelas horas seguintes sem saber o quê exatamente aquilo representava. Se seria o fim do mundo que eu conhecia - e que existe até hoje - ou se era apenas um capítulo triste da história da humanidade, como o episódio se mostrou afinal. Creio que tive medo como tiveram na década de 40 aqueles que ouviam sobre a segunda grande guerra. O medo passou, fica o pesar por todos aqueles atingidos pela tragédia, mais pelos que ficaram do que pelos que se foram, porque todos nós vamos um dia, só não sabemos qual dia é este.
Dizem que qualquer pessoa que estava viva e com idade o suficiente se lembra o que estava fazendo quando souberam das mortes Getúlio e Kennedy. Cada geração tem sua tragédia para marcar: eu estava trabalhando na hora dos ataques, uma faxineira me disse que um avião havia batido em um prédio em São Paulo - vejo agora que a mulher é/era vidente, ela antecipou em 6 anos o acidente da TAM - depois, no carro, soube que os ataques eram em Nova Iorque. Eu passava ao lado do obelisco do Ibirapuera, quando na voz de Milton Young [que eu ouço até hoje na CBN] era narrada a queda da primeira torre.