20 maio, 2010

A Folha promete para este próximo domingo uma revolução no jornalismo impresso que entitulou de "jornal do futuro", retirando a autopromoção, o que temos é uma revolução gráfica somada a mudanças de cadernos e colaboradores. A Revista de Folha já desapareceu no fim de abril, este último fim de semana saiu o último número do caderno mais e hoje o colunista Paulo Nogueira Batista Jr despediu-se em sua última coluna. Diante deste quadro fica a dúvida se é revolução ou fim de feira. Eu já assinava a Folha no início nos anos 90 quando Matinas Suzuki capitaneou as mudanças que alçaram a Folha ao posto de maior jornal do país e confesso que não me lembro deste clima de fim de feira [e olha que tenho memória digna de elefante], mas sim de anúncios da mudança, seguidos de estratégias de marketing que são usadas com sucesso até hoje, como a venda conjunta de coleções. Este clima de fim de feira, com colunista se despedindo e fim de caderno sendo praticamente comemorado não me parece prenuncio de algo de sucesso, mas sim de mudanças nascidas sob o signo do absoluto fracasso.

Aliás, a Folha está anunciando todo dia que domingo conheceremos o jornal do futuro. Sempre que vejo o anúncio imagino [sonho?] que vão mandar entregar iPads na casa dos assinantes.

Jornais impressos não servem a grandes revoluções, a mídia impressa sempre serviu a manutenção do 'status quo', a ideia de promover grandes mudanças onde justamente impera o hábito pode provocar a perda de leitores. Sempre proclamo o fim dos jornais impressos não só por sua 'inutilidade': as notícias chegam velhas, exaustivamente discutidas na web; como ainda maculadas de um impacto ambiental que não tem mais espaço em nossa sociedade que começa a perceber que preocupação com o meio ambiente está na ordem do dia. Não é só o custo ambiental do papel impresso, que vale um único dia, mas também todo seu processo: do fabrico, com consumo de energia, até a entrega nas casas, com emissão de poluentes.

Que os jornais impressos acabem logo, pois já estão mortos, longa vida ao jornalismo na web.

violinha at 09:55 AM | Comments (0)