29 setembro, 2010
Atualmente na TV há dois programas sobre cães, mais exatamente sobre reabilitação de cães com comportamentos estranhos. Um deles é nacional, o Dr. Pet, com Alexandre Rossi e outro americano, com Cesar Millan, o encantador de cães [dog whisperer]. Embora o foco dos dois seja o mesmo e os resultados esperados também, eles caminham em direções diversas quando praticam seus métodos. Alexandre Rossi é behaviorista, ele usa o condicionamento como forma de alterar o comportamento dos cães e embora seja eficaz, demanda tempo para condicionar a determinado comportamento que sempre tem de estar ligado a uma recompensa, ou pelo menos à espera de uma recompensa. Já Cesar Millan vai na linha contrária, ele faz com que o cão volte ao seu estado natural, ele usa o instinto dos cães de viverem em matilha obedecendo um líder, para conseguir os efeitos desejados.
E daí porque os resultados do encantador de cães são tão surpreendentemente rápidos, ele provoca a resposta instintiva milenar para que os cães mudem seu comportamento. E embora eu admire e muito o trabalho do Rossi, devo dizer que perto do Cesar Millan, ele parece estar no jardim da infância do entendimento da mente canina.
28 setembro, 2010
Por aqui, com exceção da bandidagem, todo mundo quer o fim dos crimes e da corrupção, porém para ver seu fim é preciso que abramos mão da liberdade de cometer pequenos delitos. Vou exemplificar com um caso de grande repercussão nacional: o atropelamento de Rafael Mascarenhas, filho de Cissa Guimarães. Os fatos: Rafael foi andar de skate com amigos em um túnel fechado [um pequeno delito, já que mesmo o túnel fechado não se pode andar de skate ali, mas muita gente dirá: mas andar de skate num lugar fechado, que mal há?! Pois é...], outro rapaz por volta da mesma idade de Rafael, o atropelador, sai de casa com pra fazer racha [outro delito, este grave], mas para 'minimizar' os riscos [possivelmente de ser pego mais do que o de atingir alguém] ele vai até o túnel onde Rafael está andando de skate para 'tirar o pega' ali. O túnel estava fechado também para veículos [outro pequeno delito, que no direito é absorvido pelo maior, no caso o racha, daqui a pouco, o homicídio]. No túnel acontece o atropelamento, ali os dois rapazes por infeliz coincidência só se encontraram por saírem de casa para praticar, cada qual, o seu delito. Aí o atropelador foge do local do acidente [outro delito] e é parado por uma viatura da polícia que em troca de propina o libera [aqui o delito grave, que corroi a máquina estatal, que incomoda a sociedade]. Como o atropelamento ganha os noticiários os policiais são presos e um oficial da PM é designado para julgá-los. Este mesmo oficial foi preso, dias depois, furtando cabos elétricos [outro delito, mais um dos muito aqui relatados]. E não se pode esquecer que Cissa Guimarães, a título de homenagear seu filho, picha o muro o túnel [mais um delito, desta vez daqueles que a sociedade tolera, afinal é uma mãe que perdeu seu filho].
A questão toda é que para, de fato, colocar-se fim nos delitos que nos incomodam, no crime que se apossa da máquina do Estado, temos de estar dispostos a abrir mão de nossos pequenos delitos diários - conversões proibidas, parar o carro em ruas com placas de proibido estacionar, fila dupla 'um instantinho só', guiar sem carta de motorista, levar a criança até ali sem a cadeirinha, fumar aqui mesmo que ninguém está vendo, dirigir e beber porque onde passo não tem blitz - , pois estes pequenos delitos quando praticados por funcionários do Estado custam caro ao cidadão e alimentam a corrupção. Só teremos um país melhor, o país que a maioria quer [porque alguns vivem destes delitos] quando estivermos dispostos a sermos também punidos por nossos pequenos delitos.
Hoje estava pensando no quanto o tempo é capaz de influenciar uma eleição pois me lembrei que sempre que vou votar está frio e algumas vezes chovendo.
Chuva forte pode fazer com que alguns eleitores desistam de ir votar e com que outros mudem de ideia no meio do caminho. Num país como o nosso, com tantas necessidades a ainda serem supridas, chuva é um elemento surpresa em uma eleição.
Uma das coisas que eu gosto da internet - e de seu acesso ilimitado à informação - é conhecer heróis anônimos, pessoas que tiveram coragem e romperam com o
status quo e vou aqui dar 3 exemplos desses heróis para mim: August Landmesserm, o homem que não fez a saudação a Hittler, como pode ser visto nesta
foto;
Kathrine Switzer, uma maratonista pioneira [as mulheres eram proibidas de correr provas públicas] e
Dick Hyot, um pai que disputa provas de triatlhon carregando seu filho que sofre de paralisia cerebral.
Pessoas comuns, que não tiveram medo de remar contra a maré, que não aceitaram o paradigma do "não pode, não dá, não é possível" e foram além. Um exemplo para todos nós, demais anônimos.