25 outubro, 2010
Dar remédios para gatos é complicado, cães têm comprimidos comestíveis à sua disposição ou caem no velho golpe do comprimido dentro do bolinho de carne. Com gatos não é assim, mas infelizmente eles tem de tomar remédio e sobra para o dono a tarefa inglória de ministrá-los. Como tenho gatos há mais de 30 anos e sou a quarta geração [que se sabe] de mulheres com gatos pelo tronco materno, vou descrever como faço. Primeiro e antes de tudo: fique calmo. Não importa como você fará para se acalmar, mas acalme-se, pois é essencial. Animais pressentem seu nervosismo e as coisas só piorarão. Geralmente basta respirar fundo, sentir a ansiedade baixar [e os batimentos cardíacos] e pensar que é melhor dar o remédio agora porque é você que tem de dar. Segunda parte: pegue o comprimido e passe manteiga, isto evita que ele grude na língua, fazer isto antes de pegar o gato é mais fácil, mas tenha certeza de onde ele está antes, sair procurando gato com comprimido lambuzado entre os dedos não é das coisas mais legais, creia-me. Achou o gato leve-o para um superfície alta [mesa, bancada de banheiro] onde você possa ficar em pé, fique atrás dele. É instintivo para o animal tentar sair para trás quando sentir que está encurralado com você ministrando o comprimido, aí ele se apertará em você, tornando sua tarefa mais fácil. Sente-o [apertando a parte acima do rabo para baixo, eles sentam], mão sob o queixo, erga a cabeça e use polegar e indicador para abrir a boca, abriu o bocão, coloque o comprimido na boca e use o dedo para empurrá-lo para a garganta, não tenha medo, você não vai machucá-lo, a pessoa que um gato mais confia é no próprio dono. Use camiseta de mangas compridas ou moleton velho, eles vão tentar tirar sua mão e vão usar as unhas, eu costumo puxar as mangas para cobrir as mãos. Muitos tentam regorgitar o comprimido, use isto a seu favor - aprendi com a Artie - segure a cabeça para o alto, com o movimento eles engolem. Parece brutal, mas dá certo. Faça um carinho logo depois para deixar claro que você não corre atrás dele só pra dar remédios.

Em São Paulo, assim como em várias capitais do país, há uma farmácia de manipulação especializada em animais. Como a Artie agora toma remédio todos os dias, eu uso comprimidos - na verdade cápsulas - e um gel sabor salmão, vou alternando os dois.

O nome da farmácia é drogavet e o google é seu amigo ;)
violinha at 06:02 PM | Comments (0)
Comprei um iPad, aliás eu já tinha comprado fazia algum tempo, estava esperando para receber: comprei nos EUA, enviei para casa da minha prima e esperei pacientemente alguém de lá trazer para mim. O iPad é lindo, é 'cool', funciona com os dedos, mas minha primeira grande sensação foi de... decepção. Isto mesmo: fiquei decepcionada com o iPad. Claro que o iPad é legal, vou usá-lo - não está a venda - mas eu esperava mais. Primeiro que o iPad é apenas um iPod touch grandão com todas as vantagens e desvantagens de ser um iPod grande: ou seja, se por um lado é melhor para visualizar as coisas, por outro lado exige sempre suas duas mãos para segurá-lo ou uma superfície [mesa, colo etc] para apoiá-lo, a tela é linda, como costumam ser as telas dos produtos da apple e a bateria, impressiona, dura bastante, mas é grande, é frágil, não é prático para ser levado para lá e para cá a trabalho como faço com um netbook. Então dá para imaginar que se o iPad não tivesse o apelo de vendas que a marca apple tem, ele seria um fracasso de vendas. Talvez o maior problema do iPad [e de leitores de livros eletrônicos, os e-readers] seja a realidade do país, mais exatamente a realidade no tocante à violência patrimonial. Ora, o iPad assim como e-readers foram feitos para um nicho de mercado muito bem definido nos EUA e Europa: a pessoa que sai de casa pela manhã e passa mais de uma hora em um transporte público indo para o trabalho. Com estes gadgets leves e confortáveis para leitura é óbvio que, confortavelmente sentadas, elas poderão ler livros, consultar notícias, enviar e-mails etc. Porém esta é de longe a realidade das pessoas no Brasil: quem, em sã consciência, teria coragem de sacar um iPad ou e-reader da mochila e ler dentro do metrô ou ônibus [salvo, talvez um fretado da empresa]? Nossa realidade impõe que gadgets assim fiquem restrito a consultas no lar ou no ambiente de trabalho, deixando de lado parte de sua verdadeira natureza.

Costumo criticar muito a apple, mas eu uso apple e muito: tenho iPhone, 2 iPods, macmini, macbook e iPad. É uma grande empresa, com bons produtos, mas com preço salgado, lá fora menos, aqui muito mais. A razão do preço é óbvia: é uma tentativa de simular um mercado do luxo e da exclusividade e a apple conseguiu isto muito bem, possui uma legião de fanáticos, há filas nas lojas pra comprar seus produtos em todos os lugares do mundo, seus produtos são aguardados e há sempre boataria e rumores sobre eles. Porém, seu calcanhar de Aquiles está justamente no homem que construiu esta mítica sobre o nome da empresa: Steve Jobs, seu maior garoto propaganda. Duvido que a apple continue a ser o que é quando ele se for. A ver. E ao que tudo indica não demorará muito, infelizmente.
violinha at 05:41 PM | Comments (0)
A Artie, minha gata mais velha, foi diagnosticada com artrose, o que a faz mancar da pata traseira direita, aliás ela mal coloca esta pata no chão: arrasta ou anda com os 'dedinhos' dobrados, pisando errado. Fora o fato de que sofro junto com meu animal doente [creio que todo dono é assim. E eu uso dono, acho pra lá de estranho usar tutor como preferem alguns], fico triste por ela ter tido problemas de saúde, ainda que contornáveis, tão cedo. O Edu esteve bem de saúde, excluindo a perda da agilidade, até os 17 anos de idade. Sei que ele era um caso fora da curva, mas lamento mesmo assim por ela, afinal terá de tomar remédios todos os dias e se para as pessoas isto já é complicado, para um bicho, mais ainda. Mas ela segue muito amada, recebendo atenção e com os cuidados médicos que muitos animais [e pessoas, porque não ser sincera?] não recebem.
violinha at 05:08 PM | Comments (0)