zippo's ride

Uma das maiores críticas que se faz às redes sociais é que eles diminuem os contato entre as pessoas. Eu ouso discordar veementemente: primeiro porque antes das redes sociais as pessoas já se isolavam, em casa com um livro ou a TV, o isolamento de algumas pessoas não é consequência das redes sociais, talvez através delas, inclusive, elas consigam algum contato que não teriam no mundo real. Porém o motivo mais forte porque discordo é que, graças as redes sociais, e o compartilhamento de informações descubro facetas de amigos que eu não conhecia, descubro gosto de colegas de trabalho que jamais seriam tema de conversa no ambiente corporativo. Ou seja, as redes sociais permitem um nível de convivência, conexão e compartilhamento que o mundo real jamais permitiu, o uso que se faz delas e das informações ali contidas são outra história.

Ontem assisti a árvore da vida. Não é um filme fácil de ver, não é, de forma alguma, um filme comercial - apesar das presenças de Brad Pitt e Sean Penn - porém não é um filme pesado (ou tão pesado) como alerdearam por aí. Como já escrevi, não é um filme fácil de ver: é lento, tem vários trechos apenas com imagens e voz em off, há várias lacunas na narrativa, enfim, é um filme reflexivo, com longas pausas para que a plateia absorva o que está acontecendo. Mas não achei um filme pesado, daqueles que faz com que saiamos do cinema nos sentindo culpados pela nossa própria miséria ou a do planeta.

Numa primeira leitura, é um proselitismo religioso, a resposta está em D'us e o caminho para Ele é o amor. Já em uma segunda leitura podemos entender no filme a busca que todo ser humano tem das respostas que todos se fazem - por que estamos aqui? por que eu sobrevivi? por que ser bom? haverá punição se eu for mau? - e talvez este seja o maior mérito do filme: fazer estas perguntas, deixá-las sem respostas e, ainda assim, não ser um filme que faça que o assistiu sair de sentindo mal da sala de cinema.

As duas melhores frases que li no twitter esta semana:

"Imagine o que será das músicas da Adele se ela arrumar um namorado?"

"todas vez que leio guerra dos tronos imagino uma briga pelo banheiro depois de colocarem purgante na refeição."

Uma das coisas que mais me incomoda em alguém é ingratidão. Óbvio que se você faz algo, faz pelo ato, não espera o agradecimento. Porém a gratidão deve ser, necessariamente, consequência do ato de doação/bondade/ajuda. Para mim, ingratidão inviabiliza novos gestos de bondade. Há pessoas para quem a gratidão se manifesta num único ato de agradecimento, mas eu não vejo assim, quando sou grata a alguém por algo, eu me recordo sempre do gesto que gerou a gratidão, é como se todas as vezes que eu me lembrasse do gesto que sou grata ele ocorresse novamente e eu me alegro novamente por ele.

Tenho pena dos ingratos que ficam felizes uma só vez.