Toda vez que um atropelamento ganha as manchetes dos jornais surgem vozes enfurecidas pedindo penas mais graves para os delitos cometidos com automóvel e até que o atropelamento deixe de ser considerado crime culposo e passe a ser hediondo.
Óbvio que não se pode desconsiderar a dor da perda de alguém, porém a punição mais severa só fará sentido se o crime foi cometido de forma com esta intenção, se foi mera fatalidade, por pior que tenham sido as consequências, a pena justa é considerar o crime culposo. Não se trata de vitimizar o atropelador e colocar a culpa na vítima, mas aplicar a pena na medida certa. Antes de tudo, deveríamos cobrar das autoridades maior controle sobre quem recebe uma licença para dirigir, porque neste país as pessoas tendem a achar que tem o direito de dirigir após completar 18 anos, quando, na verdade, para se guiar um veículo é necessário atender a certos requisitos e, o mais premente, fiscalizar o uso dos veículos, porque, infelizmente, há muita gente que não vê problema algum em guiar sem carteira de motorista.