01 fevereiro, 2012
Eu jamais quis fazer um cruzeiro de navio, simplesmente não é para mim. Adoro água, mas a ideia de ficar presa acima e sem qualquer contato com ela não faz minha cabeça. Então o acidente do Costa Concórdia não afeta qualquer dos meus planos, porém já ouvi reações diversas sobre o caso. Ouvi quem disse que agora é que não fará mesmo um cruzeiro e também aqueles que consideram o número pequeno de mortes (menos de 1%) uma demonstração da segurança deste tipo de turismo. Óbvio que poucas mortes ficam muito bem na estatística, mas para quem perdeu alguém querido a perda é de 100%, a dor não é minimizada porque a vida de muitos outros se salvaram, a dor de perder alguém não se suaviza com a notícia de que outros escaparam.

Uma análise desapaixonada do acidente mostra que, por mais que se critique o capitão do navio inclusive por tê-lo abandonado, ele foi responsável por conduzir seu navio avariado até águas rasas para facilitar a evacuação e resgate e evitar um grande número de vítimas. Claro que ele foi responsável pelo acidente, mas simplesmente por seguir uma tradição naval italiana, que é a 'homenagem', isto é, passar perto de um local em consideração a um tripulante ou passageiro ilustre, tanto que consideram proibir este hábito, seus erros foram, a meu ver: a demora para reconhecer o tamanho do dano e coordenar a evacuação e sua traição à mais famosa tradição marítima, a do capitão ser o último a abandonar o navio. Mas, frise-se, se ele estava no comando de uma das mais importantes e caras naus da Costa era porque tinha a confiança do comando da empresa.
violinha at 12:37 PM | Comments (0)