A Folha estreia amanhã sua paywall nos moldes daquela criada pelo New York Times. Primeiro e, obviamente, a Folha de São Paulo não é o NYT, referência mundial em termos de jornalismo, ou seja, é compreensível que pessoas estejam dispostas a pagar pelo conteúdo do NYT, não é tão certo que estejam dispostas a pagar pelo conteúdo da Folha de São Paulo, até porque se pode encontrar a mesma notícia em portais que não cobram pelo acesso ao conteúdo.
Porém, a questão mais importante é que o brasileiro não costuma (e não gosta de) pagar pelo conteúdo, se não pagam por softwares - há venda de programas piratas em qualquer esquina do país - dificilmente pagarão para acessar conteúdo. Outro ponto é que muito embora o NYT viva de cantar aos 4 ventos o sucesso de sua paywall, o fato dela ser porosa (é possível hackear as notícias de forma rápida e fácil e foi propositadamente criada assim) as numerosas promoções com desconto apontam que, se fosse tão bem sucedida assim, não haveriam estas ofertas (a Apple, mais do que qualquer outra empresa, deixou claro para o mercado que produto de sucesso não precisa de promoção para vender). É compreensível que as empresas jornalísticas testem modelos novos de negócio em tempos de internet, mas as pessoas jamais pagaram por notícia, quem sempre pagou pelas notícias em jornais e revistas foram os anunciantes, tentar transferir a conta agora para o leitor, em tempos de informação abundante, parece um contrassenso.