Esta injeção de doláres que a economia brasileira recebeu - via empréstimo do FMI - para derrubar a cotação da moeda só atende aos interesses dos especulares. Este dinheiro entra e já volta para os países ricos, ficando por aqui apenas a dívida a ser paga. Não é um dinheiro bom que gere riquezas, trabalho ou benefício à população; melhor seria se o governo aguentasse a queda de braço com os especuladores. Mas será que há mesmo uma queda de braço ou trata-se apenas de uma ação entre amigos?
Ouvi hoje na CBN - em um bate papo entre o Cony e o Xexeo em que comentavam a baixa popularidade de Bush - um deles dizendo que todo o problema está na eleição de Bush e que novas eleições deveriam ter sido feitas, já que estas teriam sido ilegítimas. Eu concordo que a baixa popularidade de Bush esteja relacionada ao fato de que ele foi eleito pelo colégio eleitoral, mas que a maioria dos votos da população foi para o outro candidato, Al Gore. Só que discordo da afirmação de que outra eleição deveria ter sido convocada. A que elegeu bush pode ter sido injusta, mas foi legítima; pois a eleição lá é indireta, através do colégio eleitoral. Deve reponsar para frente as regras, nunca querer mudá-las no meio do "jogo".
Eu sou a favor de eleições diretas em todos os níveis e não engulo esta lenga-lenga da UNE de defender suas eleições indiretas feita por meio de delegados. Eleições indiretas não se justificam numa representação estudantil com a tradição e o passado da UNE. Eleições diretas para a UNE já!
Há no Senado um projeto em estudo para que sejam sobretaxados produtos consumidos pelas classes mais altas, o dinheiro proveniente do aumento de imposto sobre estes produtos (tais como: cigarros, bebidas alcoólicas, peixes nobres, trufas e cogumelos, perfumes, veículos para transporte de pessoas em campos de golfe, artigos para golfe, iates e lanchas, jogos de vídeo, esqui para a neve e aquáticos, pranchas de surfe, baralhos, patins, bolas, planadores e asas delta, armas (exceto revólver, pistolas e armas brancas), perucas, jóias, rendas, veludo, peles e pelúcias, maquiagem e chicletes) sustentaria um fundo pela erradicação da pobreza. Está mais do que certo cobrar imposto de quem mais para dar a quem tem menos, parece coisa de Robin Wood, mas chama-se distributividade, o princípio segundo o qual o imposto não necessariamente beneficia quem o pagou, mas é usado pelo governo para ajudar quem é menos favorecido.
Surpreeendo-me quando vejo que o jogador de futebol Ronaldo, da Inter, tem apenas 25 anos. Conscientemente, eu sei que ele é novo, mas quando a gente olha tudo o que este rapaz já viveu, já passou: duas vezes eleito o melhor jogador do mundo, seu joelho "estourar" em sua primeira volta aos gramados depois de um longo período de recuperação e ele, agora, voltando de outra ainda mais sofrida. Parece que para ele estes 25 anos foram mais cumpridos do que para outros.
Algumas empresas contratam pessoas para ligar na casa de consumidores em potencial oferecendo seu produto. Na grande maioria dos casos a escolha do "potencial cliente" é feita pelo mero gesto de pegar o nome de alguém na lista telefônica. Uma tal de Rafaela, representante de um tal de MaxCard, ligou aqui, foi grossa quando eu não fui exatamente simpática à invasão da minha privacidade e terminou desligando o telefone da minha cara. Ou seja, eu até agora não sei do que se trata o MaxCard, mas já não gosto da empresa. Moral da história: seus funcionários representam sua empresa, seu produto; se eles tratam mal um consumidor é sua imagem que fica maculada.
O Coronel Ubiratan era o homem responsável pelas tropas da PM que invadiram o Carandiru e mataram 111 presos, muito mortos depois de já estarem rendidos (laudos técnicos comprovam que foram baleados com os braços já levantados, gesto universal de rendição). Lembro-me do dia do massacre, quando as primeiras notícias eram de que 8 haviam morrido, pois é, alguém errou a conta.... Sei que muitas pessoas defendem a pena de morte, acham que bandidos tem mais é de morrer. Pois bem, eu sou contra a pena de morte por "n" motivos, alguns dos quais já expus por aqui, mas o melhor argumento que existe é o estatístico, contra números não há argumentos, e já está mais do que cabalmente comprovado que pena de morte não reduz criminalidade, pelo simples fato de que ninguém comete crime achando que será preso, porque se achasse, não cometeria. Mas, voltando ao tema do massacre no Carandiru, aqueles homens estavam sob a custódia do Estado, o governo deveria lhes dar proteção e não executá-los como aconteceu. Até em países que admitem a pena de morte, os acusados têm direito a defesa, coisa que não se viu neste episódio.
O Tribunal Superior do Trabalho defende a redução das horas semanais de trabalho de 44 para 40 horas. Estas 4 horas, que devem desaparecer, surgiram em virtude do trabalho aos sábados. Só que, atualmente, fora o comércio, poucas empresas tem jornada aos sábados e o que as leva a compensar sábado não trabalhado durante a semana o que aumenta a jornada diária em 48 minutos por dia (já que as 4 horas do sábado são divididas nos 5 dias úteis da semana. Meu palpite é que a jornada será sim reduzida para 40 horas - as 35 horas que os sindicalistas pedem, seguindo o modelo francês, acho difícil emplacar por aqui - e digo mais, nada melhor do que uma redução destas ano que vem, não é? Ano de eleições presidenciais.
Alguém daqui me disse que dia desses andou pensando em tirar seu blog do ar. Eu queria dizer por aqui - pelo blog - para você não fazer isto. Eu acredito que os blogs tem uma função além de exibir alguns egos inflados, ele serve para que pessoas se identifiquem com outras e que se sintam menos sozinhas em um mundo que valoriza tão pouco as relações interpessoais. Pense nisto: se teu blog já faz com que uma única pessoa se sinta melhor, então ele faz diferença e não existe inutilmente... apenas pense nisto...
Menina Artie: em geral os problemas em computadores não são nem no software nem no hardware, são com o peopleware mesmo, viu?!
Para aqueles que acreditam que as pessoas já nascem marcadas para viverem um destino cruel, eis aqui uma parábola que corrobora com esta visão greco-romana da vida:
Lá no céu há um anjo com um carimbo que vai marcando o bumbum de cada criança que vai nascer. Ele deve dar uma carimbada no traseiro de cada criança, porém, às vezes, quando ele vira para molhar o carimbo na tinta, algumas crianças passam sem receber a carimbada, outras vezes, a esteira por onde vêm os bebês emperra e ela dá várias carimbadas na mesma criança, até se aperceber que a geringonça parou. No carimbo está impresso [FODIDO].
Na verdade não é uma parábola, é uma piada que um amigo me contou, mas sigo a tradição cristã que nega a existência de um destino determinado e prega o livre arbítrio. Por mais assustadora que seja a sensação de liberdade, não é melhor saber que nossa vida é o que fazemos dela? Eu prefiro ter meu destino em minhas mãos.
A crise na Argentina tem feito a cotação do dólar disparar por aqui. Até pouco tempo atrás, a economia fragilizada de um país sem grande representação mundial não significava problemas para o resto do mundo; hoje em dia, graças à globalização, tudo é diferente, a crise argentina afeta não só países lindeiros - como é o nosso caso - mas o resto do planeta. Assim, os países ricos serão obrigados ajudar estes países pobres para que suas crises internas não se transformem em crises internacionais. Quando eu era adolescente cansei de escutar a seguinte frase: "quando a economia dos EUA pega um resfriado, a nossa economia fica com pneumonia", pois agora a frase mudou: qualquer pneunomia dá um resfriado na economia de todo o planeta".
Os números da economia de energia elétrica em SP mostram que a população compreendeu a necessidade de contribuir com as medidas do governo já que a vítima dos apagões seria ela própria. Mas, cá entre nós, se está dando para economizar acima de 20% da luz gasta apenas noa meses anteriores às medidas... Putz! Como se gastava à toa, não é não?
Para mim, esta proposição de Wittgeinstein tem tudo a ver com o blog:
Os limites da minha linguagem significa os limites do meu mundo.
(Proposição 5.6 do Tratactus Logico-philosophicus)
A menina Artie escreveu:
4:14 PM
O dia está frio. E a única coisa que tenho pra me esquentar....um cobertor.
Odeio soar politicamente correta, mas vamos lá: tem gente que não tem nem isto e os albergues que estão por aí não me deixam mentir. A prefeitura, em noites frias como a de hoje (temos 12º, mas a sensação térmica é de muito menos), arma uma verdadeira operação de guerra para recolher das ruas quem nelas mora e não vou aqui criticar os albergues porque se a gente não ouve falar neles é porque o negócio deve estar funcionando. Pelo que sei as pessoas recolhidas são convidadas a ficarem nos albergues, são encaminhadas para procura de empregos, enfim, há uma tentativa de resgate da cidadania. Mas acho que deveria haver uma operação como esta todas as noites, sem tregua, e não apenas nas noites frias. Não dá para conceber cidadania sem dignidade e não há democracia sem cidadãos.
Nota: antes que algum termocéfalo (pois esta raça grassa por estas paragens) me acuse, injustamente, de ter não ter entendido o post da menina Artie, vou esclarecer que compreendi que se trata de uma metáfora, todavia, eu quis interpretar literalmente o que estava escrito.
Ainda bem que almoçar logo depois da empregada terminar de limpar toda a cozinha não está listado entre as justas causas que o empregador pode cometer. Acho que a Rose me perdoou porque hoje ainda é feriado para mim, pois geralmente eu almoço no horário. Creio que esta instituição nacional - a empregada doméstica - tem sua origem remota nas mucamas que serviam as casas grandes e, infelizmente, a legislação continua a tratá-las de maneira diferente do que outros empregados. Domésticas não tem direito a adicional noturno ou hora extra. Eu até acredito que a maioria generalizada não explora suas empregadas, mas a lei existe justamente para evitar que a exceção vire regra.
Vi no história de cronópios um comentário sobre doação de orgãos, assunto que voltou à baila após a morte de Fromer, o guitarrista dos Titãs atropelado em São Paulo. A morte é algo natural - ninguém fica para semente (putz! Você não sabia?! Desculpe entregar o fim do filme!) - mas, estranhamente, doação de órgãos é um assunto meio tabu (aliás falar em morte é tabu, como se não falar nisto nos desse algum tempo a mais) e não deveria ser, pois é maravilhoso que a medicina tenha chegado ao ponto de conseguir retirar os órgãos de um morto para dar sobrevida a alguém vivo; mas este milagre da medicina só acontece se houver, efetivamente, doadores destes órgãos, em outras palavras e em português bem claro, que famílias suplantem a dor que sentem e pratiquem um gesto humanitário. Quando o governo tentou transformar todos os cidadãos deste país em doadores compulsórios andou mal (para variar) e só fez aumentar o preconceito sobre o assunto, pois as pessoas achavam que quando dessem entradas em qualquer hospital seriam imediatamente mortas e seus órgãos retirados. Melhor teria sido investir em campanhas permanentes de esclarecimento sobre o assunto. A prova disto é que o gesto da família de Fromer fez subir o número de doações em SP na última semana.
Feriadões para combater a crise energética soam muito mais razoável do que apagões. Sempre haverá aqueles que dizem que feriadão vai interferir nas vendas e prejudicar o comércio e a indústria, como se alguém fosse sair de casa para gastar dinheiro no meio de um apagão. Depois de um tempo agindo como acéfalo o governo, enfim, resolveu tomar medidas razoáveis. Eu só queria entender porquê anunciar tantas medidas antipáticas e depois mudá-las? A maior oposição ao governo neste país é feita pelo governo mesmo...
Luxemburgo não assimilou a escolha de Scolari para a Seleção Brasileira, cargo que ele tentou rassumir após a queda de Leão, e esqueceu do time que lhe deu emprego. Além disso, jogar pelo empate só é vantagem até o jogo começar, depois até o apito final, a história tem de ser escrita.
Não existe qualquer legislação a respeito, mas creio que deveria ser mantida no anonimato a identidade dos receptores de órgãos, principalmente de órgãos de famosos. A quem interessa, além da imprensa que quer vender notícia, saber quem recebeu os órgãos? A mim soa como uma imensa falta de respeito à identidade do receptor.
Não dá para creditar sempre na conta da casualidade todos os acidentes que ocorrem envolvendo a Petrobras. A grande verdade é que a empresa não tem o menor compromisso com a questão ambiental - e o meio ambiente é um patrimônio de todos, indistintamente - ao invés de mudar de nome seria melhor começar mudando de atitude.
Para aqueles que notaram minha ausência no feriado: estou de volta!