Autorizar que seja colocado em seus documentos que você é um doador de órgãos e tecidos implica, necessariamente, em encarar o fato de que somos mortais. É óbvio que somos mortais, morrer é próprio da nossa natureza humana. Porém, encarar a própria morte, assumir que ela pode acontecer a qualquer momento, e não em um futuro incerto e distante, é algo que somos forçados a enfrentar quando assinalamos a opção de doares de órgãos. Creio que a dura realidade da finitude de nossa própria vida, e não motivos religiosos, levem as pessoas a não se declararem doadores. Algo do tipo: se eu não quero doar, eu nunca vou morrer. Imagino que o medo da morte, que é inafastável [não o medo, a própria morte], mas paradoxalmente hipotética, é muito mais presente do que o medo de terminar em um hospital e ser 'morto' para doar os órgãos, porque, convenhamos, tal coisa pode acontecer independentemente de ter se declarado doador ou não.
violinha at Este blog tem recebido inúmeras visitas de pessoas procurando no google 'fotos Liana Friedenbach'. É surpreendente a necessidade das pessoas por violência. Eu piamente acredito que quando a violência foi retirada do cotidiano doméstico - como p. ex.: as pessoas não tendo mais que matar galinhas ou porcos em casa para poder comer carne, já que agora compram no supermercado - as pessoas passaram a buscar a violência de outra forma. Seja vendo filmes, fotos ou, no último estágio, praticando a violência elas próprias.
É um absurdo o Gugu ter se livrado de um processo por conta daquela falsa entrevista com membros do PCC. Ele deveria ser condenado a passar uns 20 anos assistindo reprises de seu próprio programa.
A arte é o que definitivamente nos separa de todos os outros seres que habitam este planeta. E o que é arte? Arte é tudo aquilo que não tem utilidade prática, que não tem outra finalidade que não seja alimentar o espírito humano.
Alguns crimes, pelas circunstâncias em que foram praticados, chocam mais que outros e, nestes momentos, há uma grande comoção social, como a que estamos vivenciando agora após o assassinato do casal de adolescentes. E em momentos como este, vemos o cardeal dom Aloísio Lorscheider se esquecer do perdão cristão e, principalmente, da separação entre Igreja e Estado e pedir a redução da minoridade penal. Crimes não terminam apenas colocando mais gente por mais tempo na cadeia, mas com um grande números de ações de curto, médio e longo prazo e, uma das mais importantes, é o combate à corrupção.
A idéia de um blog como um diário pessoal contradiz a própria idéia original de um diário. Se diários são vendidos com cadeados com chaves e se há diários que só são levados ao grande público depois que todos os envolvidos nos acontecimentos já morreram não é estranha a idéia de um blog, escrito como um diário pessoal, exposto para todos na internet?
As novas pistas da Marginal Tietê, feitas as pressas para resolver o problema do trânsito depois que a pista expressa foi interditada após um acidente com um caminhão que pegou fogo e comprometeu a estrutura da via, podem trazer uma inspiração nada feliz para os paulistanos. É que quando se pensa em pedágio urbano nas marginais, fala-se, justamente, em novas pistas onde hoje estão os canteiros.
E a Guerra no Iraque que parecia ter sido ganha tão facilmente está virando um novo Vietnã. Parece cada vez mais longe, a possibilidade dos EUA formarem um governo independente e democrático no país e mandarem suas tropas de volta para casa.
O presidente do STF, o ministro Maurício Corrêa, diz que o Poder Judiciário vem sofrendo uma "saraiva de críticas" por conta de "alguns episódios que aconteceram isoladamente com alguns poucos magistrados". Acontece que ninguém vê um juiz como este ou aquele juiz, juízes são figuras meio que anônimas, como convém à função que exercem e, assim, a escorregadela de um, atinge a todos.
A polícia de São Paulo prendeu ontem 160 pessoas em uma suposta festa do PCC para comemorar os atentados dos últimos dias contra bases policiais. Este deve ser algum recorde para entrar no Guiness, não é, não?
Por longos dez dias, as famílias de Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé alternaram-se entre momentos de esperança e de desolação, sem saber onde estavam seus filhos. Desde ontem, eles sabem que ambos foram assassinados, vítimas desta insana guerra urbana que assola as grandes [e nem tão grandes] cidades deste país. Eu fico me perguntando o que será que é pior: saber que estão mortos ou a espera sem notícias?
A guerra contra o terrorismo promovida por Bush parece ter provocado exatamente o efeito contrário e só faz aumentar o terrorismo. Não adianta combater fanáticos religiosos com a mentalidade do 'american way of life', não adianta combater com armas pessoas que não tem medo de morrer.