É de Walt Whitman uma frase que diz: "Eu me contradigo? Pois muito bem, eu me contradigo. Sou imenso, contenho multidões." Alguém pode dizer que uma pessoa que se contradiga é uma pessoa confusa, que não sabe o que quer e que emite sinais ambíguos aos outros. Porém, a frase de Whitman encontra eco em uma teoria do psicanalista e teólogo Rubem Alves - quem me conhece sabe que eu acredito que de Rubem Alves devemos ler até bilhete que ele deixa para a empregada - que, a grosso modo, diz que o corpo é um albergue em que moram diferentes versões de nós mesmos, assim, em um corpo vive muitos: um filósofo, um boêmio, um fanfarrão, um carrasco, um bom samaritano, um cético, um místico, um solitário, uma criança, um velho etc etc etc. Assim, somos todos contradição. E por isto queremos algo pela manhã, já não queremos mais durante a tarde e voltamos a querer quando chega a noite. Aceitar esta nossa essência é aceitar-se e aceitar os demais como humanos.
A fonte de feng shui que eu dei para minha mãe umidificar o quarto dela pifou. Os mais místicos dirão que foi a energia negativa acumulada na fonte, já que segundo o feng shui a função das fontes é filtrar este tipo de energia, que a fez parar, mas, cá entre nós, eu tenho certeza que foi a bombinha de água que queimou.
Aos meus 22 anos, meu primeiro gato morreu. Eu o tinha desde dos 8 anos de idade e sua morte foi como o final definitivo da minha infância e adolescência. Perdas assim marcam fins de eras, porém, a verdade, é que estamos sempre perdendo algo todo dia. Perdemos algo quando uma roupa acaba, eu costumo me lembrar de situações em que usei determinada roupa e seu fim marca o fim dessas lembranças; perdemos algo quando trocamos de carro, lá se vão lembranças de coisas que aconteceram com ele, de pessoas que andaram nele; perdemos algo quando terminamos de ler um livro, fica a sensação do livro lido, de uma história aprendida, mas jamais reviveremos as sensações de ler aquele livro; perdemos algo quando alguém sai de nossas vidas, seja um amigo, um colega de trabalho, um amor; perdemos algo quando mudamos de emprego, ficam lá os antigos colegas de trabalho. Enfim, a grande lição que a vida nos ensina com estas perdas, além de abrir caminho para novas coisas que virão, é que sempre podemos ser um pouco felizes daquela felicidade que já tivemos.
Ontem eu pedi para a Cam puxar a cordinha que eu queria descer do bonde chamado desejo. Hoje eu quero descer do mundo! Dá para parar que eu vou descer aqui mesmo?!!
Vi na Fal e copiei porque fala [muito] do que estou vivendo agora:
"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim:
Esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
Sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
[Guimarães Rosa]
Esta semana entrou em funcionamento em São Paulo, em algumas avenidas a faixa cidadã, que é uma tentativa do CET de diminuir o número de acidentes com motociclistas já que a faixa seria reservada exclusivamente para ele. Ontem eu evitei usar a faixa cidadã, mas ficou claro que os demais motoristas não pensam como eu.
Este povo que manda e desmanda no que devemos comer, isto é médicos e nutricionistas, vivem mudando de opinião. Antes suco de laranja deveria ser evitado para quem tem altos níveis de triglicérides, agora descobriram que ele ajuda a combater o triglicérides. Em resumo: quem deixou de tomar suco de laranja porque o médico mandou, se ferrou.
E lembra da pirâmide alimentar? Ela mudou, agora há a nova pirâmide alimentar.
Hoje os 'marronzinhos' de São Paulo prometem uma operação multa-zero em um protesto contra a prefeitura de São Paulo. Até aí, tudo bem, todo empregado tem direito de usar mecanismos para pressionar seu empregador desde que estes não atentem contra as leis e/ou segurança das pessoas, mas o que chamou minha atenção neste protesto foi uma das declarações do diretor do sindicato: "Nossa intenção é reduzir o número de multas a zero, mas vamos optar sempre por orientar, avisar e informar o motorista. Quem mesmo assim cometer a infração, deverá ser multado". Ué, não deveria ser sempre assim? Orientar, avisar e informar e só multar quando houvesse a infração?!!
Ando devagar porque já tive pressa
levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei,
Eu nada sei...
[Tocando em frente, Almir Sater]