Só dá para começar a imaginar a angústia dos parentes das vítimas do acidente do vôo 3054 com a demora [compreensível] de reconhecimento dos corpos. Deve ser como um pesadelo que não tem fim. Não que o enterro dos corpos ajude, mas é o marco de uma nova fase do luto.
Depois de 10 meses e mais um acidente de avião fatal o presidente trocou o ministro da defesa. Quanta rapidez na administração da coisa pública, hein?
Eu compreendo quem arrebenta a janela de um carro para levar o som, compreendo embora condene. Porém eu não consigo entender porque alguém risca um carro. Não há qualquer vantagem econômica para quem faz o risco e, suspeito eu, a satisfação deve vir coberta de culpa, já que apenas os psicopatas são incapazes de sentir culpa.
E sim, riscaram meu carro hoje no estacionamento da academia.
É inacreditável como o controle aéreo no Brasil é frágil: o acidente do vôo 3054 semana passada gerou um enorme efeito em cascata e o caos se instalou.
Semana passada eu tive uma overdose de teatro: miss saigon na quarta, my fair lady na quinta e o incrível ladrão de calcinhas no sábado. A primeira conclusão que eu cheguei é que não importa se o ingresso saiu por 5 ou por 70 reais, se o espetáculo é bom, a diversão é garantida. Preconceito por preço [para cima ou para baixo] é besteira, preconceito tem de ter é de peça ruim.
Minha opinião sobre as peças: em miss saigon o que mais me surpreendeu foi o tom de crítica ao imperalismo americano, crítica que já estava presente em madame butterfly de Puccini, ópera em que o musical se inspirou, só que na ópera a crítica é contra o imperalismo britânico. Mudam os imperialistas, mas o imperialismo não passa. My fair lady é divertidíssima como é o filme, a gente sai leve do teatro, um 'must' para quem ainda não viu e tem pouco tempo, sai de cartaz dia 29. Já o incrível ladrão de calcinhas é uma peça de teatro cujos atores são bonecos, é muito engraçado, o texto muito bem feito e surpreende como tem gente espalhado neste Brasil, a trupe é de Santa Catarina, fazendo um baita trabalho bom e os moradores dos grandes centros perdendo a oportunidade de conhecê-los.
Também fui ao cinema: transformers é um pouco longo demais, com 20 ou 30 minutos a menos eles contariam a mesma história, mas é uma aventura de primeira, não ofende a inteligência como os 4 fantásticos. Paris, eu te amo é um filme irregular, como se deve imaginar de uma obra coletiva, começa fraco, porém termina deixando gostinho de quero mais. Vale a pena aguentar a leseira do começo pelos quadros finais que são os melhores.