13 setembro, 2008

Semana passada eu vi linha de passe e apesar de todas as críticas que li favoráveis não consigo concordar com nenhuma delas. Não gostei do filme e explico porquê. O filme retrata o futebol, como paixão da mãe dos meninos e objetivo de vida/carreira de um deles. Acontece que qualquer pessoa que goste de futebol - e eu gosto muito - percebe que Walter Salles não curte o nobre esporte bretão, basta ver como ele filma o futebol, aquelas cenas são de quem não tem intimidade com o esporte. E esta visão alienígena que ele lança sobre o futebol é a mesma que ele tem da pobreza. Ser pobre não se traduz necessariamente em ser infeliz, embora a falta de bens materiais possa dificultar a vida, seu excesso não é proporcionalmente igual à felicidade, ou tantas pessoas ricas não encheriam os consultórios médicos tamando os prozacs da vida. Aquela visão da pobreza como infelicidade me incomodou, visão esteoretipada como a de que todo filho de classe média é drogado. Enfim, para ver/ouvir chavões e clichês eu ligo a TV na novela, não preciso ir ao cinema. No cinema eu quero quebra de paradigma ou diversão garantida.

violinha at 11:52 PM | Comments (0)

Hoje eu descobri que o ABBA leva mais gente ao cinema que José Saramago. Enquanto apenas 12 testemunhas assistiam ensaio sobre a cegueira na primeira sessão, às 13:40, às 16:40 mamma mia! estava praticamente lotada.

Mamma mia! é um 'feel good movie', divertido, com bons atores e músicas que estão no inconsciente de todos. Diversão garantida!

Ensaio sobre a cegueira é um filme correto, não ofende a inteligência do espectador, mas também não produz nada muito marcante. Creio que toda adaptação de livro para o cinema seja assim, muitos críticam, poucos gostam. Mas se o próprio Saramago gostou, quem é a crítica para dizer alguma coisa? Ou acaso eles acham que conhecem o livro melhor que o autor? Não sei do livro, não o li, mas o filme permite uma série de interpretações. Melhor dizendo: são vários níveis de interpretações: da mais direta, de que em um momento de crise as pessoas demonstram o pior de si [algo que eu discordo] ou como metáfora da cegueira de todos nós. Vale ver e prestigiar a obra. Nem Meirelles, que nos brindou com Cidade de Deus, nem o ganhador do Nobel, Saramago merecem salas vazias.

violinha at 11:42 PM | Comments (1)