23 maio, 2009

A Folha hoje traz no caderno ilustrada matéria de capa sobre os leitores de livros eletrônicos, isto é, aparelhos eletrônicos cuja única função é armazenar e ler livros em formato eletrônico. A reportagem foca menos nas possiblidades dos aparelhos e mais nos estudos que estão sendo feitos pelas editoras sobre a adoção destes aparelhos. E ai está o primeiro erro de foco deles: não são as editoras que vão adotar um leitor de livros, é alguma livraria grande como saraiva, cultura e submarino. Outra ponto que foi mal explorado na reportagem: um leitor de livros não substitui um livro, não é esta sua função, ele substitui uma biblioteca toda! No meu eu carrego atualmente 168 livros, quantidade impensável de se carregar em livros de papel. Claro que eu não leio 168 livros ao mesmo tempo, mas eu carrego legislação e nunca antes eu andei com tantas leis e tão atualizadas ao mesmo tempo. E é disto que se trata um leitor de livros eletrônicos, de capacidade de armazenamento. Dá até para entrar em discussão sobre o impacto ambiental do livro de papel: das árvores que são cortadas até o combustível fóssil que é consumido até que ele chegue às suas mãos, mas é covardia ir por este caminho, será como empurrar bêbado em ladeira.

violinha at 01:01 PM | Comments (0)
20 maio, 2009

O ano de 2009 parece ter se tornado o ano de combate à internet. A indústria de comercialização de bens imateriais tem pressionado governos para aprovar leis que violam gravemente a liberdade e a privacidade de pessoas, direitos considerados indisponíveis, para que se possa cobrar dinheiro pelo uso de músicas, filmes, livros; direitos patrimoniais que até recentemente eram considerados de menor importância em confronto com os indisponíveis. Não bastasse o ataque da indústria atravessadora do entretenimento agora, ou talvez por isto mesmo, a mídia tradicional começou a classificar a internet como cheia de besteirol e cujo conteúdo carece de veracidade. Ora, a afirmação deles é verídica, acontece que a mídia tradicional também está cheia de besteirol e pior de tudo, gente que ganha para escrever notícias sérias, mas que como qualquer estudante de ensino médio prefere usar a rede para pesquisar e não checa suas fontes. Alguém duvida? Vamos às provas: no dia da morte do compositor Maurice Jarre, o estudante de sociologia da Universidade de Dublin, editou o verbete da wikipedia que se referia ao músico, colocando como sua a seguinte citação: "quando eu morrer, haverá uma valsa de despedida tocando em minha cabeça, que só eu poderei ouvir”. Ele esperava que a frase chegasse a alguns blogs e nada mais, qual não foi sua surpresa ao ver o jornal "the guardian" citando a frase como de Jarre. Moral da história: a mídia dita séria e feita por gente como eu e você. Lembre-se disto ao ler ou ouvir notícias e desconfie sempre.

violinha at 02:25 PM | Comments (0)

A rádio sulamérica trânsito coloca reporteres nas ruas congestionadas de São Paulo, dentro de automóveis que fique bem entedido, para experimentarem o que o ouvinte que está preso no engarrafamento está sentindo. Eu até consigo entender a idéia: o repórter vive uma experiência igual a do ouvinte e um carro a mais na rua não faz diferença. E é justamente esta mentalidade de um-carro-a-mais-na-rua-não-faz-diferença-entre-outros-milhares que deixa o trânsito de SP e outras metrópoles o caos que são. Ora, se as pessoas aprenderem a pensar o contrário, a pensar "para que eu vou colocar mais um carro na rua? As coisas poderiam começar a mudar. Claro que como somos individualistas pensamos sempre que se alguém tem de se ferrar que seja o outro, porque eu vou andar no conforto do meu carro. Então ficamos no indivualismo egoísta e soframos todos juntos a miséria coletiva dos congestionamentos, afinal com a espécie humana é sempre assim: somos solidários na dor, na perda e no caos; a bonança não se divida.

Aliás, soframos não: sofram vocês. Moro perto do trabalho, chego lá entre 11 e 15 minutos. Ah, e pratico carona solidária.

violinha at 02:11 PM | Comments (0)