zippo's ride

Sou uma pessoa com dificuldade extrema de fazer escolhas, eu vivo, de fato, a angústia do capitalismo, isto é, o excesso de opções torna a escolha difícil, porque ao escolher, p.ex., um celular você abre mão de ter outros tão legais e/ou bons quanto o que escolheu. Tanto tenho dificuldade de fazer escolhas que, em geral, compro sapatos, camisas e camisetas idênticos em cores diferentes. Mas de repente por força do acaso (ou de uma ordem oculta no caos, por conta de uma borboleta que bateu suas asas na China e causou uma chuva em Nova York, o universo, forças superiores, eu sei lá), me vi tendo de fazer uma escolha definitiva na minha vida amorosa, uma escolha que envolveu abrir mão de tanta coisa para ganhar outras tantas e embora o que se ganhe jamais seja o que se perde, nunca uma escolha foi tão fácil de ser feita. O coração, por vezes, é mais sábio que a mente.

Passei 12 dias em Paris no começo do mês. Esperava me encantar com os museus e monumentos, e só. A ideia preconcebida que eu tinha é de que não gostaria da cidade em si, que visitaria uma vez Paris e pronto, já conheci, que legal, não volto mais. Bem, não foi exatamente assim: eu me encantei por Paris: é uma cidade linda, principalmente às margens do rio Sena. Claro que tem problemas: trânsito caótico, no qual eu dirigi, fiz uma barberagem, fui parada por guardas que pouco entendiam inglês, mas que me dispensaram da multa ao descobrirem que eu era brasileira (coisa que eles demoraram a acreditar olhando para mim, mas meu passaporte e carta de motorista os convenceu); barulhenta ao extremo e suja. E por estas coisas mesmo é uma cidade de verdade, não um simulacro para turistas. Os parisienses dividem de bom grado o metrô lotado com um monte de turista e como eles são gentis, eles carregam mapas da cidade, basta parar um para pedir informação que sacam o mapa da bolsa e apontam onde queremos ir. Enfim, Paris, definitivamente, é um lugar para onde eu quero voltar.